Debate no Sindsep-DF discute o papel da Revolução Russa nas conquistas dos trabalhadores

Ainda
como parte das comemorações dos seus 30 anos, o Sindsep-DF realizou no dia 27
de outubro o debate “Os 100 anos da Revolução Russa e seu Impacto na Realidade
Atual”, com a participação do professor da UnB, Rafael Litvin Villas Bôas, e do
diretor executivo da CUT Nacional, Júlio Turra.

O
debate foi aberto pelo secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, que
ressaltou a importância de explicar as novas gerações de servidores o papel da
Revolução Russa nas conquistas dos trabalhadores do mundo inteiro. “Esse debate
se faz ainda mais necessário neste momento de golpe contra os trabalhadores e o
povo brasileiro, pois aponta os caminhos para nos instrumentalizarmos em defesa
dos nossos direitos e conquistas, por um serviço público gratuito e de
qualidade, contra o desmonte dos órgãos públicos de atuação social e em defesa
das riquezas nacionais, como o pré-sal”, afirmou Neves.

Em
seguida foi exibido o filme “Dez dias que mudaram o mundo”. Antes de iniciar o
debate, o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, parabenizou a
iniciativa do sindicato e lembrou que este ano também marcou os 100 anos da
primeira greve no Brasil, um marco na história dos trabalhadores brasileiros.

Em
sua apresentação, o professor Rafael, integrante da área de Ciências Sociais do
campus de Planaltina da UnB, e que atua no curso de licenciatura em Educação do
Campo, que após o golpe militar de 1964, esta é a primeira vez que evocar a
palavra revolução não soa mais como ridículo. “Estamos vivenciando o primeiro
golpe parlamentar, jurídico e midiático em nosso país. E claro, essa realidade
tem seus efeitos. Um deles é justamente recolocar na estratégia política das
organizações dos trabalhadores a palavra revolução”, destacou.

O
professor lembrou a organização dos trabalhadores na Rússia que culminou com a
revolução e enfatizou que o desafio dos trabalhadores brasileiros é descobrir
como construir uma cultura política revolucionária que leve ao movimento
socialista.

O
sindicalista Júlio Turra, que também é professor e integrou uma organização
clandestina na luta contra a ditadura militar, ressaltou que é importante
entender que a Rússia atual (de Vladimir Putin, que sequer comemorou os 100
anos da revolução) e a própria União Soviética (que existiu entre 1922 e 1991)
não podem ser encaradas como uma continuidade daquela Rússia da revolução.
“Tendo essa percepção, e o filme exibido hoje deixa isso bem claro, é possível
compreender o legado da revolução russa na perspectiva das conquistas
alcançadas por trabalhadores do mundo inteiro, visto que para frear o avanço
dos trabalhadores revolucionários, muitos governos adotaram os avanços advindos
com a revolução, especialmente os ganhos de bem estar social”, comentou,
referindo-se a conquistas universais como a igualdade entre homens e mulheres,
serviço de saúde gratuito e universal, ensino gratuito e obrigatório, entre outros.

Após
as intervenções dos presentes, a atividade foi encerrada pela coordenadora da
Secretaria de Formação, Mirian Vaz Parente, que lembrou que o Sindsep-DF sempre
realiza debates e outras atividades de temas da atualidade. 


Fonte: Imprensa Sindsep-DF

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