Que o governo bloqueie os lucros, não os salários!

A crise do capitalismo não chegou do nada. Ela foi preparada por anos e anos de “ajustes estruturais”, “reformas”, “liberalização do comércio” e muita especulação financeira, tudo comandado pelo FMI e Banco Mundial. É claro que os grandes capitalistas lucraram muito com isso. Quem pode aceitar que agora sejam descumpridos acordos com os servidores, suprimidos empregos e arrochados salários em nome da crise que eles prepararam?

O governo chantageia os servidores dizendo que vai “avaliar o desempenho da economia” para decidir se adia ou não o pagamento das próximas parcelas dos acordos de 2008. Segundo o Ministério do Planejamento, a receita caiu 8% em janeiro e por isso, foram contingenciados R$ 37,2 bilhões no Orçamento da União, dos quais R$ 22,6 bi são para custeio (despesas com a manutenção dos serviços públicos diretos). Foi o próprio o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que ameaçou não cumprir os acordos firmados caso haja queda na arrecadação.

De imediato, a ameaça é sobre os servidores que aguardam a implantação de novas tabelas previstas para 2009 (o que já está garantido é o pagamento das parcelas do PGPE e PST de janeiro e fevereiro). Mas também é prejudicada a discussão nos diversos grupos de trabalho que devem ser instalados para negociar a reestruturação de planos de carreira. O governo vai utilizar o pretexto da crise para tentar se recusar a discutir incrementos salariais.

A mídia contra o serviço público

A notícia do “bloqueio provisório” também serviu de gancho para a imprensa voltar a criticar os serviços públicos e os servidores. Mas a mesma mídia também se vê obrigada a registrar a reação positiva da população com a realização de uma nova leva de concursos públicos, bastante procurados pelos trabalhadores, justamente em virtude da crise. Como resolver a contradição? Não há dúvida de que é mantendo os prazos de implantação das novas tabelas e realizando todos os concursos públicos previstos que, aliás, ainda são insuficientes em diversos setores para recompor a força de trabalho do funcionalismo.

Ao bloquear parte do orçamento, o governo pretende garantir o cumprimento da meta de superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública) de 3,8% do PIB para todo o setor público em 2009. Ou seja, o governo quer economizar com o serviço público para continuar bancando a especulação financeira que é o que está na origem da crise.

Preparar a defesa do salário

Neste dia 12 de fevereiro, na Condsef, está convocada uma reunião com as diferentes entidades nacionais de servidores federais para discutir respostas unificadas às ameaças do governo. O Sindsep-DF e demais entidades filiadas à Condsef já estão preparando a Marcha a Brasília, prevista para março e cuja data precisa será definida a partir da discussão com as demais entidades, buscando a unificação. No calendário também está um ato em defesa da paridade ativo-aposentado-pensionista. A participação de todos os servidores é imprescindível para exigir o cumprimento dos acordos de 2008 e para a luta pelo atendimento das demais reivindicações do funcionalismo.


Fonte: Imprensa Sindsep-DF

print
Compartilhar: