Jornada de Lutas: Fonasefe volta a cobrar que governo abra negociações com servidores

Em mais uma semana de atividades que reforçam a mobilização em torno da luta por uma reposição salarial emergencial, entidades buscam audiência no Ministério da Economia para o dia 28. Expectativa é que governo abra um canal efetivo de negociações

Condsef/Fenadsef

Entre os dias 25 e 29 da próxima semana, atividades em todo o Brasil marcam mais uma Jornada de Lutas reforçando a mobilização em torno da luta por uma reposição salarial emergencial para servidores públicos federais. A participação de todos é fundamental para cobrar do governo a abertura de um canal efetivo de negociações com representantes da categoria. Na quinta-feira, 28, uma caravana com servidores de outros estados chegará a Brasília para reforçar as atividades da Jornada de Lutas. 

O Conselho Deliberativo de Entidades (CDE) da Condsef/Fenadsef já aprovou a participação das filiadas à Confederação que estarão na atividade. No estados também haverá mobilização com a realização de assembleias para debater a necessidade de ampliar as greves já em curso que pressionam pelo atendimento das reivindicações emergenciais do funcionalismo.

Fonasefe protocolou mais um pedido de audiência junto ao Ministério da Economia, também na próxima quinta, 28. A expectativa é de que o governo Bolsonaro pare de utilizar a mídia como intermediária, enviando recados sobre intenções quando o assunto é o reajuste do funcionalismo, e de fato negocie com representantes da categoria. 

Menos de uma semana depois de notícias terem sido divulgados informando que o governo havia batido o martelo sobre um reajuste linear de 5% para servidores federais, o cenário voltou a mudar. Em uma entrevista na segunda, 18, o secretário especial do Tesouro, Esteves Colnago, afirmou que ainda não há decisão tomada sobre reajustes a servidores federais neste ano

A equipe econômica estaria planejando reservar R$ 11,7 bilhões para dar aumento de salário a funcionários públicos em 2023. Ocorre que, conforme a Lei Complementar 173, imposta pelo próprio governo Bolsonaro, essa opção sequer seria possível. Se não houver avanço no orçamento 2022, servidores só poderão voltar a ter reajuste a partir de 2024. 

A maioria dos servidores federais está com salários congelados há mais de cinco anos e acumulam perdas salariais superiores a 40%. Só no ano passado a inflação superou os dois dígitos e nos três primeiros meses desse ano bateu novos recordes. Em março a alta dos preços foi a maior para o mês desde o início do Plano Real.  

Só a luta nos garante

Frente a idas e vindas e diferentes declarações, o fato é que o governo não apresenta nada de concreto para o funcionalismo. Avanços nesse cenário só serão possíveis se a categoria ampliar seu processo de mobilização.

“A história nos mostra que só nossa luta e nosso poder de mobilização nos garantem. A luta que a gente perde é a luta que a gente não faz”, aponta Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef que representa 80% dos servidores do Executivo Federal, entre ativos, aposentados e pensionistas. “Só na luta, na mobilização, na pressão, no fortalecimento das greves a gente vai arrancar recursos que governo está escondendo”, reforça. 

Para entidades representativas dos servidores públicos só não terá reposição salarial se Bolsonaro não quiser. Na Lei Orçamentária, foram destinados R$ 37,6 bilhões para emendas parlamentares, dos quais R$ 16,5 bilhões são do “orçamento secreto”, além de R$ 2 trilhões para pagar os juros da dívida pública. 

Não é mais possível suportar a falta de diálogo, conviver com o aumento da inflação, a falta de investimentos no setor público, o congelamento e o arrocho salarial imposto por esse governo. Em ano eleitoral não podemos nos deixar levar por mentiras e muito menos por promessas, ao invés daquilo que nos é de direito. Seguiremos firmes e em luta até sermos atendidos.

print
Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *