Greve dos metroviários | Para forçar privatização, Ibaneis precariza direitos

Benefícios históricos, como auxílio alimentação e plano de saúde, por exemplo, foram retirados da categoria

Greve dos metroviários | Para forçar privatização, Ibaneis precariza direitos

Esta segunda-feira (19) começou com greve das trabalhadoras e dos trabalhadores do Metrô DF, que não aceitaram a proposta da empresa referente ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria. A mobilização é uma resposta à inflexibilidade da direção da estatal, que evidencia a intenção do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), em avançar com o projeto de privatização do Metrô colocando a população contra a categoria metroviária.   

De acordo com o secretário de Relação Sindical do Sindmetrô, Hugo Lopes, o estopim para a paralisação ─ deflagrada em assembleia realizada no domingo (11/4) ─ foi a resistência da empresa em inserir no ACT as sentenças normativas do período de 2019 a 2021, que trazem consigo inúmeros benefícios econômicos e sociais para a categoria.

“Sem essas sentenças no novo ACT, perdemos todos os benefícios que conquistamos com muita luta desde 2019. Diante disso, não aceitamos a retirada de direitos e deflagramos greve por tempo indeterminado”, disse.

O reestabelecimento do ACT ─ vencido em 1º de abril ─ é também outra reivindicação da categoria. Com o Acordo vencido e sem o fechamento de um novo ACT, as metroviárias e os metroviários estão sem direitos e benefícios históricos, como auxílio alimentação e plano de saúde, por exemplo.

Hugo Lopes destaca que desde o início das negociações, em fevereiro, o Sindicato tentou de todas as formas dialogar com o GDF, que se mostrou inflexível. Inclusive, em umas das negociações, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) intermediou o debate e propôs a prorrogação do Acordo vigente, mas a empresa não aceitou.

 “Creio que essa relutância veio por parte do governador Ibaneis, que quer levar o Metrô à privatização. Como Ibaneis não tem outra forma de provar a necessidade de privatização do Metrô, ele força a categoria à greve para seguir com processo de privatização com o povo contra a gente”, afirmou o dirigente.

Diante disso, Lopes destacou que o Sindmetrô tem realizado um árduo trabalho de conscientização popular e até mesmo da categoria que ainda tem resistência de ir à luta.

 “Recentemente, realizamos uma atividade de panfletagem nas estações de metrô e colocamos um carro de som para rodar nas cidades em que há serviço do Metrô. Além disso, temos reforçado nosso trabalho nas redes sociais, um espaço muito importante para nossa luta. Seguiremos lutando contra a privatização do Metrô e por melhores condições de trabalho”, disse.

Privatização do Metrô

Em outubro de 2020, Ibaneis afirmou que enxergava o ano de 2021 como “o ano das privatizações”. Desde então, o processo ilegal de venda da Companhia Energética de Brasília (CEB) foi concluído e o de outras estatais avançaram. Estão na mira do governo a Rodoviária do Plano Piloto, Banco de Brasília, além do Metrô, um serviço extremamente essencial para a população do DF.

Caso seja consumada, a venda da empresa trará prejuízos diversos às usuárias e aos usuários do transporte público na capital federal. Aumento na tarifa cobrada ─ que já são abusivas ─ e a precarização dos serviços prestados estão entre os impactos negativos.

“O Metrô cumpre um papel extremamente importante na mobilidade da população do DF, principalmente, dos que moram nas regiões mais distante do centro da capital. Entregar esse serviço à iniciativa privada é jogar nas mãos de empresários o controle sobre o direito de ir e vir do povo. A CUT se solidariza às trabadoras e aos trabalhadores do Metrô DF e seguirá em luta contra o projeto de privatizações no DF e no Brasil”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.

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