Foi crime, sim!

Mais uma vez o Brasil parou para acompanhar o drama de centenas de famílias devastadas por um desastre criminoso ocasionado pelo rompimento da barragem da Vale S.A em Brumadinho (MG), na sexta-feira (25). Uma “tragédia” que poderia ter sido evitada, não fosse a ganância e a ambição daqueles que estão por trás do império da multinacional que, aliás, é reincidente neste tipo de crime. Há pouco mais de três anos, a barragem do Fundão, em Mariana (MG), também da empresa, se rompeu ocasionando a morte de 19 pessoas e causando o maior desastre ambiental do país.

Esse crime de proporções ainda inimagináveis é fruto da política de privatização e desmonte do Estado, adotada por Fernando Henrique Cardoso, responsável pela venda da estatal, e que agora será retomada pelo atual presidente. Principal empresa brasileira no ramo da mineração e infraestrutura, a Vale foi criada em 1942 com recursos do Tesouro Nacional.  Durante 55 anos, foi uma empresa mista e o seu controle acionário pertencia ao governo brasileiro. A então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) foi vendida em 1997 por apenas R$ 3,3 bilhões, quando somente as suas reservas minerais eram calculadas em mais de R$ 100 bilhões à época.

Ressaltamos ainda que o rompimento das barragens, tanto de Mariana, como a de Brumadinho, poderia ter sido evitado com a manutenção e investimentos em segurança e uma fiscalização mais rígida dos órgãos ambientais. Neste sentido, vale a pena reafirmar aos servidores e ao povo brasileiro, a importância da recente luta travada por este sindicato em defesa do serviço público de qualidade, com o fortalecimento do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e de seus órgãos vinculados, visto que o atual governo, ao transferir competências do MMA e de suas vinculadas para outras pastas, tem contribuído para enfraquecer o órgão e o serviço prestado por ele.

Ciente do seu papel transformador, a direção do Sindsep-DF reafirma ainda a sua luta pela reestatização da Vale, ao mesmo tempo em que se solidariza com as famílias dos trabalhadores e moradores atingidos por mais essa tragédia e se compromete a, juntamente com a CUT e seus sindicatos filiados, os movimentos sociais e da sociedade civil, lutar pela punição dos dirigentes da Vale.

Diretoria Executiva do Sindsep-DF

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