Dia da Consciência Negra: muito ainda para conquistar!

Neste 20 de novembro, o Sindsep-DF comemora o Dia da Consciência Negra celebrando avanços como a sanção da Lei 14.532, em 12 de janeiro de 2023, que equiparou a prática de injúria racial ao crime de racismo, e lembrando que ainda tem muito para ser feito no sentido de fazer justiça aos 350 anos de escravidão no Brasil.

O secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, ressalta que os brasileiros negros enfrentam uma série de problemas sociais e econômicos que são herança direta daquele período. “Um aspecto importante que não pode ser esquecido é que a abolição da escravatura foi um gesto burocrático. Na prática, não houve justiça para os negros no país, que foram jogados à sua própria sorte e continuaram sem direito à terra, saúde, educação, saneamento básico, entre tantos outros. Por isso, o governo deve acelerar o processo de titulação das terras quilombolas, criar mecanismos de reformulação da segurança pública para coibir e penalizar a violência policial contra a população pobre e negra do país, além de reformar profundamente as instituições e as políticas públicas para garantir uma democracia que, de fato, não exclua o principal segmento de trabalhadores do país das decisões”, afirmou.

Além da violência policial, do encarceramento, da discriminação e da imensa desigualdade no acesso a políticas públicas e aos empregos formais, Neves menciona, ainda, que as trabalhadoras e os trabalhadores negros também sofrem com salários mais baixos que os de mulheres e homens brancos.

Para equilibrar a balança, os movimentos negros conquistaram o sistema de cotas para estudantes e trabalhadores acessarem universidades e concursos públicos, por exemplo. Mas essas medidas ainda não são suficientes para o resgate dos anos de opressão e exploração de um sistema escravocrata que segue manifestando seus efeitos na estrutura da sociedade brasileira, com poucas modificações redistributivas ao longo da história.

Por isso, o Sindsep-DF une sua voz às vozes das brasileiras e brasileiros negros que exigem justiça social, econômica e política, no sentido de que possam ocupar cada vez mais espaços em todos os setores da sociedade brasileira.

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