CPMF x SALÁRIOS: Chantagem para dividir os trabalhadores

Justamente na semana de negociação do PGPE, o governo Lula declara que enquanto não for aprovada a prorrogação da CPMF está suspensa a apresentação de novas propostas aos servidores e também a remessa ao Congresso dos acordos recém assinados, como Cultura, Banco Central, Datasus e HFA. O governo alega que depende dos R$ 40 bilhões da CPMF para executar sua política social e, caso fique sem essa arrecadação, terá que fazer cortes que atingirão verbas previstas para os reajustes salariais.

Podemos acreditar que o governo não tem outra saída a não ser escolher entre dar os reajustes ou manter programas de suposta redução da miséria?

Essa lógica encobre completamente a realidade da destinação das riquezas produzidas pelos trabalhadores no Brasil. Para onde elas estão indo? Quem está se apropriando delas?

Dados do próprio governo respondem: em 2002, a dívida pública era de R$566 bilhões, o governo pagou até hoje R$ 998 bi (20 anos de CPMF) e ainda deve R$ 763 bi. Esse é o resultado da política do superávit primário que suga os recursos para a espiral sem fim da especulação financeira deixando o cobertor “curto” para gastos sociais, inclusive salários.

Por que deixar intocada essa parte do leão e jogar a população trabalhadora para “disputar” finas fatias do orçamento?

Esse problema atinge também os trabalhadores do setor privado que, freqüentemente, vêem atacados direitos como férias, 13º, licença-maternidade, inclusive por meio de comparações grotescas e ideologizadas com trabalhadores lançados na informalidade.

Com os trabalhadores assim divididos, jamais é questionado o lucro dos banqueiros e das grandes empresas nacionais e multinacionais. Jamais é questionada a perda de recursos e patrimônio provocada pelas privatizações e terceirizações.

Mais uma vez, está claro que a unidade de todos os servidores, junto com os trabalhadores do setor privado – unidade que se constrói por meio dos sindicatos e da CUT – é a força capaz de impor o atendimento das reivindicações e a defesa do serviço público e dos direitos universais, contra os privilégios e manipulações dos especuladores.

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