14 de junho entra para a história como a maior greve geral do País

Em Brasília, servidores federais atendem à convocação do Sindsep-DF e deixam a Esplanada vazia

14 de junho entra para a história como a maior greve geral do País

Cerca de 45 milhões de trabalhadores em todo o país aderiram à Greve Geral de 14 junho, tonando o movimento paredista um dos maiores já realizados no Brasil. Tendo como centro a luta contra a reforma da previdência, a atividade gerou protestos em todas as capitais, no Distrito Federal e em mais de 300 cidades brasileiras, de acordo com balanço das centrais sindicais. Na avaliação do secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, a unidade das diversas categorias de trabalhadores foi fundamental para o êxito da mobilização. “Essa unidade nos dá confiança de que iremos barrar a destruição da previdência pública e solidária impedindo o avanço da PEC 6/2019 no Congresso Nacional”, afirma.
Para dar continuidade à luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, o Sindsep-DF convoca todos os servidores para na segunda-feira (24) participarem da entrega do abaixo-assinado contra a reforma da previdência que nos últimos meses coletou centenas de assinaturas dos trabalhadores do setor público. O documento será entregue no gabinete dos oito deputados federais do DF. “A intenção é gravar em vídeo a posição de cada um e expor aos servidores. Em ação semelhante no governo Temer, conseguimos mudar a posição dos deputados naquele momento”, explica Neves. Até o momento, apenas a deputada federal Érika Kokay (PT) anunciou posição contrária ao texto.

Federais atendem à convocação do Sindsep-DF

Rodoviária do Plano Piloto (centro de Brasília) na manhã do dia 14 de junho

Com a adesão dos rodoviários, bancários, professores e servidores públicos federais, as ruas de Brasília amanheceram vazias no dia 14. Na Esplanada dos Ministérios – onde se concentra a maior parte dos órgãos públicos da administração federal – o movimento se restringiu aos trabalhadores terceirados e ocupantes de cargos comissionados. “Os servidores mais uma vez atenderam ao chamado do Sindsep-DF e não compareceram ao trabalho”, comentou o secretário de Comunicação e Imprensa, Gediel Júnior.
Ainda assim, o sindicato promoveu um ato em frente ao Ministério da Economia (Bloco P) – de onde despacha o ministro Paulo Guedes. Durante a atividade, foi distribuído o Manifesto em Defesa dos Servidores, dos Serviços Públicos e da Aposentadoria Pública e Solidária. Com faixas e palavras de ordem, além de defender a previdência pública e solidária, os servidores cobraram a abertura das negociações da Campanha Salarial 2019, cuja pauta unificada do funcionalismo foi entregue ao governo em 20 de março; e o fim do desmonte dos serviços públicos e dos ataques aos direitos dos e conquistas dos trabalhadores dos setores público e privado.
Entre as demandas dos servidores do Executivo, a mais urgente é o reajuste salarial com a extensão da Lei 13.464/2017 para todos os servidores. Segundo cálculos do Dieese, as perdas salariais de 2010 aos dias de hoje somam 33,25%. A lei concedeu um reajuste da ordem de 26% para 32 categorias do funcionalismo, enquanto a grande maioria recebeu apenas 10,8% de reajuste. Outra reivindicação é o aumento da contrapartida do governo à assistência à saúde do servidor e seus dependentes. Atualmente, o governo paga menos de 10% do valor da mensalidade do plano de saúde. A proposta é para que o governo passe a arcar com 50% desse valor.

Abono de ponto

O Sindsep-DF está negociando com o governo o abono do ponto do dia 14 para todos os servidores que aderiram à Greve Geral. E, caso o governo se negue, o sindicato recorrerá à Justiça. É importante que os servidores que se sentirem ameaçados ou perseguidos por terem participado da greve comuniquem o fato ao sindicato para serem tomadas as medidas cabíveis. “Em nenhuma hipótese será tolerado qualquer tipo de retaliação em função da participação na greve”, reforça o secretário-geral Oton Pereira Neves.

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