Sindsep-DF participa do Ocupa Funai

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A direção do Sindsep-DF participou na manhã desta quarta-feira (13/07) do ato “Ocupa Funai”, uma mobilização nacional dos índios organizada pela Associação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que tem o propósito de denunciar junto à opinião pública nacional e internacional a intenção do governo golpista de nomear um general reformado para a presidência da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), bem como a determinação do governo ilegítimo de  travar de vez quaisquer tipos de avanços no que se refere aos direitos dos povos indígenas e regredir ou suprimir as conquistas alcançadas nos últimos 28 anos na Constituição Federal e nos tratados internacionais assinados pelo Brasil com relação ao reconhecimento dos direitos dos povos indígenas.

Em documento distribuído nacionalmente, a APIB elenca alguns desses ataques:

a) A decisão de paralisar ou rever a demarcação de terras indígenas, anulando, inclusive, Portarias Declaratórias e a publicação de Relatórios Circunstanciais de Identificação e Delimitação;

b) O corte anunciado de 33% no orçamento da Fundação Nacional do Índio (Funai), que seria reduzido ao patamar do ano de 2006;

c) A determinação de reduzir o quadro de servidores, já precário, da Funai, com o corte de 142 cargos, o que significará a extinção ou o esvaziamento de Coordenações Regionais e Coordenações Técnicas Locais (CTL) do órgão;

d) A supressão da Funai na estrutura administrativa do Ministério da Justiça;

e) A paralisação das atividades do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI);

f) A extinção efetivada ou anunciada de outros instrumentos e mecanismos de participação e controle social em áreas como a saúde e a sustentabilidade;

g) A tentativa de nomeação para a presidência da Funai de qualquer integrante das bancadas ruralista, evangélica ou da bala ou de qualquer pessoa indicada por qualquer partido vinculado a estas bancadas, que nos últimos dias focou-se na indicação do general da reserva Roberto Peternelli, por parte do anti-indígena senador Romero Jucá e dos deputados do fundamentalista Partido Social Cristão (PSC) pastor Everaldo e André Moura (líder do governo interino na Câmara dos Deputados). O militar é enaltecedor do golpe militar de 1964 e dos feitos da ditadura e ainda pretendia militarizar o órgão indigenista, incorporando na sua equipe outros fardados (capitão, tenente…).

h) A possível municipalização, senão privatização, da saúde indígena, operada através da fragilização da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ainda objeto de politicagens e indicações políticas;

i) A execução de reintegrações de posse em favor dos fazendeiros invasores, principalmente em terras tradicionais dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul;

j) A criminalização de lideranças, organizações e comunidades indígenas e de organizações de apoio para deslegitimar e impedir o seu comprometimento com a defesa dos direitos dos povos indígenas, especialmente os direitos territoriais;

k) A crescente ofensiva de supressão dos direitos dos povos indígenas, protagonizada principalmente pela bancada ruralista – base do governo interino – contra os direitos dos povos indígenas, por meio de mais de uma centena de iniciativas legislativas, no Congresso Nacional;

l) O desmonte, enfim, de outros órgãos e políticas públicas voltados aos povos indígenas, tais como: o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), a Secretaria de Direitos Humanos, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação, entre outros.

Participaram da atividade os diretores Theresa Alencar (coordenadora da Secretaria da Mulher Trabalhadora), Francisco José Francisco dos Santos (adjunto da        Secretaria de Relações Intersindicais e Parlamentares), João França Lopo (coordenador da Secretaria de Assuntos Jurídicos), e Mirian Vaz Parente (coordenadora da Secretaria de Formação).

Fonte: Imprensa Sindsep-DF

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