Fortalecer a unidade para avançar nas conquistas!
Os servidores e empregados públicos federais chegam a 2025 com a importante tarefa de fortalecer a unidade da categoria e, assim, garantir o atendimento das reivindicações gerais e específicas de cada setor. A política de fragmentação adotada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) ao longo de 2024 deixou uma série de consequências, entre as quais destacamos o aprofundamento das distorções salariais entre cargos e carreiras do poder executivo, e uma segmentação arbitrária baseada em critérios como a discriminação etária, por nível de escolaridade, e a partir de uma percepção elitista sobre “complexidade” e “obsolescência” de atribuições.
É inegável que o balanço geral das negociações é positivo, haja vista a recomposição salarial com índices de ganho real (acima da projeção da inflação) para toda a categoria, que amargou seis longos anos de congelamento e precarização durante o ciclo de governo anterior. Essas vitórias, ainda que parciais, são resultado direto da organização dos trabalhadores e de seus sindicatos gerais, que ajudaram a derrotar eleitoralmente o bolsonarismo.
Contudo, os termos e diretrizes reproduzidos pelo MGI nas negociações, no âmbito de uma gestão fortemente tecnocrata que supõe a neutralidade e isenção ideológica do Estado, na verdade reafirmam as exigências do capital financeiro que, em última instância, pretende reduzir o estado ao mínimo essencial para a reprodução do capital: os sistemas de arrecadação e controle, o aparato repressivo e a justiça.
Essa visão de Estado etarista e elitista, infelizmente, produziu alguns resultados de adesão, confundindo setores da categoria, iludidos com a ideia de que poderão estar entre “os escolhidos” para fazerem parte dessa suposta “elite”, desde que consigam demonstrar a própria distintividade e a suposta natureza extremamente complexa de suas atribuições, o que sempre se dá em comparação com os demais. A competição como forma privilegiada de organização da racionalidade no capitalismo financeiro foi, portanto, estimulada dentro do Estado por uma política salarial que impôs o “todos contra todos”.
Esse contexto reforça a importância da nossa organização em um sindicato geral, classista e independente, como o Sindsep-DF, que reúne as melhores condições para a defesa coletiva por melhores salários e condições de trabalho; por mais e melhores serviços públicos; e que integre os trabalhadores do setor público na luta geral de toda a classe trabalhadora por relações de trabalho mais justas e democráticas e contra toda exploração e opressão.
Por atuar para o conjunto do funcionalismo, o Sindsep-DF defende que os servidores de toda a administração pública federal tenham condições de trabalho mais igualitárias, com o fim da diferenciação entre as carreiras imposta pelos sucessivos governos, sob o véu da “modernização” e da “inovação”.
Entendendo a importância da atuação e contribuição do Sindsep-DF aos servidores e empregados públicos federais, esta edição do EG traz um compilado das principais atividades, mobilizações e atos realizados em 2024, acompanhada de uma análise dos resultados obtidos no ano e das perspectivas da luta para 2025.
Vale ressaltar que o ano começa com um reforço no quadro de servidores com a posse dos novos concursados aprovados no primeiro Concurso Nacional Unificado (CNU). Para integrá-los à luta, o sindicato tem marcado presença nas atividades de ambientação dos novos servidores e deve continuar em 2025 com a campanha de filiação que busca conscientizar as novas gerações de trabalhadores sobre a importância da unidade da categoria para combater a elitização do Estado brasileiro, as reformas de corte neoliberal e a cristalização de castas burocráticas.
Por defendermos um Estado que atue pela redução das desigualdades sociais, que combata a concentração de renda e que represente, em seus quadros, a diversidade da população brasileira, é que trabalhamos pela horizontalidade das lutas, portanto, pelo sindicato geral de servidores e empregados públicos federais. A resistência a esse processo de erosão da solidariedade de classe e entre gerações, meticulosamente inoculado pelo governo, está em nossa capacidade de nos organizar politicamente e em unidade para enfrentar as políticas elitistas e subordinadas à dominação do capital financeiro, em todas as suas dimensões.
Boa leitura! Boas lutas!
Feliz 2025!
Oton Pereira Neves
Secretário-geral do Sindsep-DF
Gestão 2022/2025