Em reunião de negociação do Incra e MDA, governo mantém proposta que aprofunda distorções salariais no funcionalismo
Servidores do INCRA e do MDA realizaram vigília na tarde de hoje, 2 de maio, em frente ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), para acompanhar a mesa temporária e específica que tratou da reestruturação das carreiras do setor.
O governo apresentou como proposta o mesmo índice ofertado ao PGPE, PECs e PST, de 9% de reajuste remuneratório em janeiro de 2025, e de 3,5% em maio de 2026. Para os servidores de nível auxiliar, a proposta foi de apenas 4,5% a cada ano.
Até aqui, alguns avanços na política salarial adotada pelo governo precisam ser reconhecidos, em especial o reajuste dos benefícios dos servidores da ativa e o compromisso de impedir perdas salariais no atual ciclo de governo do país. No que se refere à recomposição salarial, por outro lado, a situação é muito diferente.
O governo tem usado as mesas específicas, que deveriam tratar de projetos de reestruturação de carreiras, para aplicar índices de reajuste linear à maioria do funcionalismo, e em valores significativamente inferiores aos já acordados com carreiras com maior patamar remuneratório. Essa política desigual, em que quem recebe menos possui menor reajuste, tem aprofundado as distorções salariais no serviço público que o governo se comprometeu a combater.
Enquanto a média dos acordos firmados com as carreiras de servidores que possuem maiores patamares remuneratórios e menores perdas inflacionárias durante o período golpista Temer-Bolsonaro ultrapassa 20% em muitos casos, o governo apresentou índices ao redor de 10% para os servidores que recebem as remunerações mais baixas do funcionalismo. Vale lembrar que esses setores também tiveram maiores perdas durante o período golpista.
A proposta das carreiras do Incra/MDA será encaminhada oficialmente à Condsef, que fará o debate com a categoria para dar sequência à negociação. Para reverter o quadro apontado, será preciso ampliar a mobilização dos servidores.
