Desabafo da família do secretário-geral do Sindsep-DF sobre prisão do sindicalista
Hoje, meu irmão Oton Pereira Neves foi preso na Esplanada
dos Ministérios em Brasília, em frente ao Ministério do Meio Ambiente (MMA),
enquanto convocava servidores para a assembleia geral desta quinta-feira
(22/6), para deliberar sobre a greve geral do dia 30 de junho.
Foi detido quando avisava aos servidores que teria que
desligar o som por imposição da polícia Militar do Distrito Federal, do
governador pseudo socialista Rodrigo Rollemberg.
Foi preso o secretário-geral do Sindsep-DF? Não. Foi
preso meu irmão. A notícia me deixou em pânico, sobretudo nesses tempos de
deterioração da democracia. Inevitável que o medo de um desfecho trágico
mobilizasse minha memoria e transportasse meu irmão para um dos ícones do
terror autoritário. O vi como Herzog, preso e morto na prisão, pendurado pelo
pescoço com a cinta do macacão inexistente, de joelhos dobrados e pés tocando o
chão.
Meu irmão responde em liberdade pelo grave delito de
lutar pela democracia e defender os interesses dos trabalhadores.
O desfecho, agora, não foi trágico, apesar da crescente
intolerância com que a polícia do governador pseudo socialista Rodrigo
Rollemberg.
Meu medo vem do fato de que as ditaduras são sempre
assassinas, só mudam de época.
Assassinatos causam sempre muita dor, dor como a que
poderia ter sentido a família do secretário-geral do Sindsep.
A função sindical tem substituição, o pai, o filho, o
irmão, não!
Escrito por Oneilde Pereira Neves de Macedo, em
20/6/2017