Campanha salarial dos servidores buscará reajustes de 39,82% a 53,05% em três anos
Sindsep-PE
Os representantes sindicais dos servidores públicos federais brasileiros irão lutar pela retomada do poder de compra da categoria na Campanha Salarial de 2024. O Fonasefe, fórum que reúne as entidades representativas do conjunto de servidores federais dos três poderes, incluindo a Condsef/Fenadsef e o Sindsep-PE, aprovou dois blocos de propostas que vão ser apresentadas ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) em reunião prevista para a próxima terça-feira, 11. A proposta de recomposição prevê reajustes entre 39,82% a 53,05% que seriam escalonados em três anos (2024 a 2026), a partir de 1º de janeiro de 2024.
Caso o governo conceda esses reajustes, os servidores e servidoras voltarão a ter o mesmo poder de compra que tinham em julho de 2010, quando o próprio presidente Lula cumpria seu segundo mandato.
“No segundo mandato de Lula, devido aos reajustes que foram concedidos durante o período em que ele esteve governando, mudamos de um patamar salarial muito baixo para salários em um nível satisfatório. Lembro que, antes do seu governo, muitos servidores tinham uma remuneração abaixo do salário mínimo e tinham que receber complementos salariais. Isso mudou. Mas, nos últimos anos, com os congelamentos sofridos durante os governos Temer e Bolsonaro, a nossa situação voltou a um patamar pior do que em 2010. E se este novo governo pretende investir em serviço público de qualidade precisa retomar a política de valorização dos servidores”, destacou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.
“Já tivemos um reajuste emergenbcial de 9% este ano. Agora é lutar pela recomposição das perdas. Para isso, precisaremos da união e força de todos os servidores”, comentou o secretário-geral do Sindsep-pE, José Felipe Pereira.
Cada bloco foi pensado considerando as perdas inflacionárias diferenciadas das categorias. O primeiro bloco atenderia os servidores que tiveram dois reajustes após a negociação da greve de 2015 e teriam 53,05% com reposições de 15,24% (2024), 19,85% (2025) e 19,85% (2026). Para o bloco de servidores que tiveram quatro reajustes nesse mesmo período, o percentual proposto é de 39,82% escalonados em 11,82% (2024), 16,29% (2025) e 16,29% (2026).
Nos cálculos feitos pelo Fonasefe, a inflação de 2024 e 2025 foi considerada em 4% para ambos os blocos. Já a inflação de 2023 leva em consideração a data determinada pelo Novo Arcabouço Fiscal (30 de junho) como sendo o fim do ano para calcular os indicadores da construção da Lei Orçamentária Anual (LOA/2024). Foi usada a previsão oficial de uma deflação de 0,15% do mês de junho, neste caso, sujeita a alteração.
O secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo, esteve pessoalmente no Sindsep-PE, nesta terça-feira (04), debatendo a Campanha Salarial 2024 com José Carlos Oliveira, com José Felipe Pereira, e com o diretor do Sindicato, Luiz Marcos da Silva. “É uma proposta para recompor salários e poder aquisitivo de compra. Não tem nem ganho real. Sabemos das dificuldades por causa das limitações do arcabouço fiscal. Mas estamos apresentando a nossa demanda. Vamos agora para debate. Teremos uma reunião no próximo dia 11 e essa proposta será o carro chefe das discussões”, disse Sérgio Ronaldo.
Para além do reajuste salarial, várias outras questões deverão ser debatidas na mesa de negociação permanente e nas mesas setoriais que deverão ser instaladas em breve. Entre as demandas dos(as) servidores(as) estão a abertura de negociações sobre carreiras e o “revogaço” de todas as medidas do desgoverno Bolsonaro (portarias, decretos, instruções normativas, dentre outros) que prejudicam os(as) servidores(as) e serviços públicos. As demandas de cada setor dos servidores públicos estão sendo levantadas pela Condsef/Fenadsef em encontros nacionais setoriais.
Veja o detalhamento dos cálculos do Fonasefe sobre a proposta de reajuste AQUI