Ocupação na Seção Sindical continua até o Planejamento disponibilizar novo espaço
Após dois dias de ocupação no Ministério do Planejamento (bloco C) para evitar a retirada da sala da Seção Sindical do Sindsep-DF no órgão, a direção do MPOG se comprometeu a destinar uma nova sala para o funcionamento da Seção Sindical, mas não definiu um prazo. Por esta razão, a direção do sindicato decidiu manter a ocupação na sala da Seção Sindical até que o impasse seja solucionado.
A reunião foi realizada no início da tarde, entre o secretário adjunto do MPOG, Esteves Pedro Colnago Júnior, e os diretores do Sindsep-DF (ambos servidores no órgão), Benedito Maia (coordenador da Secretaria de Finanças) e Carlos Alberto Araújo (delegado sindical). Também estavam presentes os deputados federais Paulo Pimenta (PT-RS) e Érika Kokay (PT-DF), além do representante da CUT Nacional, Ismael César.
Após a reunião, realizada no bloco K, os deputados seguiram para uma visita a ocupação no bloco C e conversou com o secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves (vídeo disponível no facebook do sindicato). Neves se disse abismado com a postura truculenta do governo golpista. “Avaliamos que se não houver a resistência a esse tipo de truculência, isso será nefasto para a classe trabalhadora. Temos o entendimento de que as relações de trabalho precisam ser democráticas e este espaço tem esse papel. Só sairemos com a reconstrução da sede ou a concessão de um novo espaço”, afirmou.
A deputada Érika Kokay explicou que na reunião deixaram claro para a direção do ministério que o golpismo não vai apagar a história e a luta dos servidores. “Essa Seção Sindical é uma conquista de anos que passou por vários governos. É uma conquista da organização dos trabalhadores para que os servidores possam contar com uma representação sindical no seu local de trabalho”, concluiu. A deputada também lembrou que a retirada da Seção Sindical ocorre contra um sindicato que sempre se posicionou contrário ao golpe, inclusive realizando manifestações para alertar os servidores dos riscos do golpe. “Isso é perseguição! Isso é crime! E nós vamos denunciar esse crime em todos os espaços. É preciso resistir! Papel que o Sindsep-DF já fez na ditadura”, declarou.
O deputado Paulo Pimenta ressaltou que o espaço destinado atualmente à Seção Sindical – pelo qual os servidores não aceitam abrir mão – é pequeno e fruto de luta dos servidores. “Com 30 dias de governo golpista, uma das primeiras medidas adotada é justamente expulsar o sindicato do ministério”, afirmou. Pimenta também destacou que todos os documentos e materiais do sindicato foram deixados no chão, depois que a direção do MPOG mandou retirar o mobiliário da sala e arrancou as divisórias.
Para o representante da CUT Nacional, Ismael César, a abertura de um canal de negociação com a direção do MPOG já é uma vitória da ocupação. “Dentro da situação, a dificuldade que esse governo golpista abrir um processo de discussão, acho que a reunião foi positiva, especialmente pela iniciativa dos companheiros de resistir. Portanto, acho que esta já pode ser considerada uma vitória da resistência”, disse.
Mandado de Segurança
A Plenária do Sindsep-DF desta quarta-feira foi realizada em frente ao Ministério do Planejamento (bloco C), em solidariedade a ocupação da Seção Sindical naquele órgão. Após as intervenções de diversos diretores, o advogado do Sindsep-DF, Ulisses Borges, informou que ao sindicato ingressou com um Mandado de Segurança na Justiça que foi recepcionado pela 9ª Vara Federal e deve ter despacho urgente. “Estamos questionando a forma como o ministério conduziu a retirada da Seção, com a invasão da sala. Acreditamos que essa postura intransigente é uma retaliação à posição do Sindsep-DF de não reconhecer este governo”, afirmou.
A vice-presidente da CUT-Brasília, Magnete Guimarães, também participou da plenária e declarou o apoio da entidade ao sindicato e aos servidores que resistem à retirada da Seção Sindical. “Trata-se de uma representação do sindicato no órgão. Um local para a organização dos trabalhadores conquistado há 13 anos, fruto da luta dos servidores”, comentou.
Fonte: Imprensa Sindsep-DF