Sindsep-DF mobiliza base do Executivo para combater elitização e precarização do serviço público

Na noite de ontem, 18, a direção do Sindsep-DF reuniu-se com servidores da base do Executivo Federal para definir estratégias de mobilização unificada pela correção das distorções salariais. Representando 20 órgãos, os participantes apontaram as pendências mais sensíveis para a categoria.

Ao abrir a reunião, o secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, criticou a falta de diálogo do Presidente Lula com as entidades representativas do funcionalismo. Segundo Neves, as reivindicações registradas na carta aberta, que conta com 6.000 assinaturas e foi entregue em 26 de fevereiro, foram ignoradas, enquanto o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) aprofunda uma política equivocada de fragmentação e elitização do serviço público. “Além do agravamento das distorções salariais, os servidores ainda enfrentam ataques ao direito de greve, evidenciados pela judicialização das paralisações nos setores do meio ambiente e do INSS”, ressaltou.

A secretária de comunicação e imprensa, Mônica Carneiro, destacou a necessidade de unificar e intensificar a luta de todos os servidores que compõem a base do funcionalismo público. Carneiro lembrou que essa campanha teve início com as negociações salariais de 2023 e tem como foco o fortalecimento e a unidade da base. “Somos parte integrante do funcionalismo e estamos organizados para garantir nossos direitos e combater a política de desestatização e elitização proposta pelo MGI. Precisamos de unidade na luta para enfrentar a política do governo e garantir igualdade de tratamento e de direitos a todas as gerações de servidores públicos”, afirmou.

Em sua intervenção, Rodrigo Rodrigues, presidente da CUT-DF, alertou para a crescente precarização causada pela terceirização no setor público. “Inicialmente restrita aos serviços gerais e à segurança, essa prática expandiu-se para cargos administrativos e até para áreas especializadas, o que tem reduzido o número de concursos públicos. Ressalto que os trabalhadores terceirizados não são responsáveis por esse processo, mas frequentemente enfrentam condições precárias, como atrasos salariais e a falta de uma representação sindical adequada. Sem a presença do servidor concursado, o serviço público está em profunda crise”, afirmou.

Após as intervenções dos representantes dos 20 órgãos, o diagnóstico apresentado foi preocupante: uma série de problemas se acumulam no serviço público, unificando quase todas as reivindicações.

Diante da necessidade de uma estratégia eficaz para enfrentar a política deliberada do MGI de elitização do serviço público, os participantes concordaram que é fundamental combater a ineficácia de ações isoladas, sobretudo em defesa dos servidores que compõem a base da pirâmide salarial. Ao final da reunião, Neves anunciou a convocação de uma Assembleia Geral para o início de abril, no Espaço do Servidor, onde essas questões serão debatidas com a definição de um calendário de atividades de mobilização.

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