Sindsep-DF intensifica mobilização por valorização da carreira indigenista
O Sindsep-DF promoveu, hoje (01), uma assembleia em frente à Fundação Nacional dos Povos Indígenas, em Brasília (DF), com o objetivo de definir um calendário de mobilização pela aprovação do Plano de Carreira Indigenista (PCI/PEC), que se encontra em análise no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Durante o encontro, os servidores se organizaram em comissões temáticas para direcionar as discussões, vigílias e manifestos públicos voltados a impulsionar a aprovação da proposta.
Para o secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, o movimento iniciado na Funai demonstra como a luta política coletiva dos trabalhadores, amparada pelas entidades de classe, enriquece o debate público sobre temas de relevância nacional, muitas vezes escondidos do alcance de toda a sociedade. “Hoje, a questão da demarcação e proteção das terras indígenas e do respeito aos seus modos de vida é uma questão de justiça social histórica de primeira ordem, e o nosso sindicato se colocou e se coloca à disposição para seguir apoiando e valorizando a disposição de luta dos trabalhadores da Funai”, declarou.
Greve da Funai
Embora a atual proposta de plano de carreira do órgão indigenista tenha sido construída no ano de 2018, com a participação das entidades nacionais Condsef, INA e Ansef, ela está em discussão há mais de 20 anos, e só pôde ser destravada após o intenso processo de negociação sindical iniciado como decorrência do movimento grevista instaurado no mês de junho de 2022.
O movimento, que contou com a coordenação e o apoio político e financeiro do Sindsep-DF, consolidou a resposta dos servidores da Funai ao bárbaro assassinato dos indigenistas Bruno, Dom e Maxciel, e aos ataques extremos do bolsonarismo à política indigenista de Estado que, com uma série de ações e omissões, intensificou as violações de direitos sofridas pelos Povos Indígenas no Brasil.
A luta pela implementação do Plano de Carreira Indigenista e Plano Especial de Cargos da Funai segue como medida estruturante para sanar a carência crônica de servidores no órgão que, potencializada pela baixa remuneração e condições de trabalho adversas, tem por consequência a sobrecarga de atividades, adoecimento psíquico e evasão dos servidores.
