Sindsep-DF exige ao ICMBio e MMA segurança para os servidores da autarquia
Sindsep-DF exige ao ICMBio e MMA segurança para os servidores da autarquia
Após receber denúncia de invasão da base da Estação Ecológica de Maracá, em Roraima, por garimpeiros fortemente armados que ameaçaram a vida dos servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Sindsep-DF solicitou providências urgentes ao presidente da autarquia, Fernando Cesar Lorencini, e ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que permanece no cargo, embora seja um dos investigados da operação Akuanduba, deflagrada pela Polícia Federal (PF), que apura a exportação ilegal de madeira para Estados Unidos e Europa.
De acordo com relatos, a base foi invadida no dia 31 de maio, por volta das 16h, por oito garimpeiros encapuzados. Eles fizeram de reféns três brigadistas prestadores de serviço que estavam na base naquele momento e roubaram todos os materiais apreendidos na operação de fiscalização “Maracá”, realizada há duas semanas na unidade de conservação (UC), além de cinco quadriciclos, oito motores de popa e outros materiais apreendidos e de patrimônio da unidade. Armados com fuzis, os garimpeiros buscavam agentes de fiscalização do ICMBio e afirmaram que, “se encontrassem os fiscais na ocasião, não iriam poupá-los.” Antes de deixar a base, ainda declararam que estavam monitorando os servidores e que iriam queimar as viaturas do órgão caso encontrassem alguma. Eles fugiram pelo rio Uraricoera, que limita a unidade e dá acesso à terra indígena Yanomami, direto para as regiões de garimpo ilegal.
Os servidores temem pela sua vida, pois os garimpos têm se alastrado pelas UCs federais e terras indígenas e tem crescido assustadoramente a escalada de violência contras as ações de proteção do órgão. Por outro lado, a estrutura institucional não propicia segurança para o desenvolvimento das atividades.
O secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, avalia que o ataque dos garimpeiros é reflexo do próprio governo Bolsonaro que tem sido condescendente com as ações de desmatamento da Amazônia e outras reservas naturais, seja por garimpeiros, grileiros ou latifundiários. “O fato é que o Brasil não aguenta nem mais um dia de governo Bolsonaro. Se os servidores abandonam as unidades de conservação, os garimpeiros tomam posse. Se ficam, podem perder a vida. Enquanto isso, Bolsonaro conduz a questão da mesma forma que tem conduzido o combate à Covid-19, de braços cruzados. E ainda mantém à frente do ministério do Meio Ambiente uma pessoa que não tem nenhum compromisso com a causa ambientalista, ao contrário, é investigado por crime de exportação ilegal de madeira. Por tudo isso, continuaremos lutando pelo fim do governo Bolsonaro e exigindo das forças do Estado o cumprimento da lei”, afirmou.