Sindsep-DF critica PDV de Temer em audiência na Câmara
Em
audiência pública realizada no dia 31/10, pela Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados, o
secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, criticou o Programa de
Demissão Voluntária (PDV) lançado recentemente pelo presidente golpista Michel
Temer. “Temos que nos perguntar para que serve o PDV. Para mim é apenas mais
uma maneira de jogar a sociedade contra o servidor público e o serviço público,
colocando a culpa dos males do governo num fictício inchaço da máquina
pública”, afirmou.
Neves
também lembrou que o PDV de FHC foi extremamente ruim para os servidores que
aderiram ao programa, especialmente porque muitos foram empurrados pelas suas
chefias a sair do serviço público. “Para corrigir essa injustiça é que criamos
uma comissão no Sindsep-DF que luta para o retorno dos pdvistas”, afirmou. Ele
também ressaltou que o PDV de Temer é ainda pior que o de FHC, pois o pagamento
do chamado “incentivo” para a demissão ainda é parcelado.
O
secretário-geral ainda lembrou que a cada dia o governo Temer faz uso de uma
nova maldade contra o povo. “A mãe dessas maldades é a EC 95 que congelou os
gastos em saúde, educação e áreas sociais, mas podemos listar também a lei que
libera a terceirização de áreas fins, a reforma trabalhista que entra em vigor
dia 11 de novembro, a reforma da previdência em discussão no Congresso e mais
recentemente, a MP 805, que suspende os reajustes de cerca de 30 setores do
funcionalismo e aumenta alíquota previdenciária. Apenas mais um capítulo do
estado de exceção que representa o golpe”, afirmou.
Solicitada
pelas deputadas Érika Kokay (PT-DF) e Alice Portugal (PCdoB- BA), e pelo
deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), a audiência também discutiu o assédio moral
no serviço público. A deputada Érika Kokay que conduziu a mesa do debate
pontuou que não é função do Estado criar condições para empurrar o servidor
público para a iniciativa privada e questionou se o governo serve ao mercado
privado ou ao povo. “Certamente, esse governo que aí está ao povo não serve”,
concluiu, lembrando que o governo lançara naquele momento uma medida provisória
que aumentava a alíquota do FIES e beneficiava a iniciativa privada.
Fonte: Imprensa Sindsep-DF