Servidores da Cultura retomam mobilização pela reestruturação da carreira
Reunidos em assembleia virtual do Sindsep-DF na quarta-feira, dia 26, os servidores do Ministério da Cultura e órgãos vinculados discutiram a retomada da luta pela reestruturação da carreira e definiram um calendário de mobilização que inclui adesão à paralisação nacional nos dias 13, 14 e 15 de março que terá atos simultâneos em todo o país. Os servidores também elegeram os delegados ao Encontro Nacional da Cultura, organizado pela Condsef, que acontecerá dias 18 e 19 de março.

A assembleia teve início com análise da conjuntura. A diretora da Executiva do Sindsep-DF, Mônica Carneiro, fez um resumo do cenário de negociação com o governo, apresentou os avanços conquistados por algumas carreiras do Executivo Federal e falou dos esforços dos sindicatos gerais, organizados pela Condsef/Fenadsef, para a regulamentação do direito à negociação coletiva, correção de distorções salariais e aprovação no Congresso Nacional da LOA 2025 (Lei Orçamentária Anual) para que sejam implementados os reajustes conquistados na Campanha Salarial 2024.
Evasão de servidores da Cultura
A assembleia também discutiu os impactos da evasão dos servidores da Cultura em função de aprovação no Concurso Nacional Unificado – CNU 1. Os números foram levantados pelo Departamento de Educação e Cultura (DEC) da Condsef/Fenadsef que entrevistou os servidores do MinC e órgãos vinculados que prestaram o certame.

Um dos órgãos que deve ser afetado com a evasão é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em reunião com a Seção Sindical, o presidente do Iphan, Leandro Grass, demonstrou preocupação com a situação considerada crítica e afirmou que áreas estratégicas do órgão ficarão bastante prejudicadas.
Na avaliação da direção do Sindsep-DF, a evasão de servidores dos órgãos que compõem o Sistema MinC está intrinsicamente ligada à desvalorização da carreira e ao sucateamento dos órgãos. “Os serviços públicos, de uma maneira geral, sofrem uma situação de colapso em diversos órgãos em função também do processo de desmonte dos anos que antecederam o atual governo. Período marcado por descontinuidade de diversas políticas, congelamento salarial e ausência de qualquer tipo de negociação coletiva para a recomposição salarial e melhoria das condições de trabalho. Cenário que é agravado pela ausência de concursos públicos para a recomposição dos quadros funcionais, o que nos órgãos da Cultura significa também acúmulo de funções, sobrecarga de trabalho, adoecimento físico e psicológico”, analisa Mônica Carneiro.
Os servidores também buscam uma reunião com o secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso Cardoso, que vem sendo solicitada desde meados do ano passado, foi agendada para fevereiro e agora remarcada para abril.