Senador haitiano defende retirada das tropas militares do seu País
Em Brasília, Jean Charles Moise participa de ato público amanhã, no auditório da CUT-DF
Nesta quarta-feira, dia 17/04, a partir das 19 horas, acontece no auditório Adelino Cassis da CUT-DF (SDS Edifício Venâncio V subsolo – loja 14) ato público pela retirada das tropas do Haiti. A atividade é organizada pelo Comitê “Defender o Haiti é Defender a Nós Mesmos” e contará com a presença do senador haitiano, Jean Charles Moise, um dos principais opositores do presidente Martelly.
Eleito em 2007, aprovou no Senado haitiano resolução pela retirada das tropas da Minustah (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti) e, em audiência na ONU em outubro passado foi portador da denúncia de milhares de famílias haitianas que exigiam das Nações Unidas reparação para as vítimas do cólera.
O senador iniciou sua militância na Associação dos Estudantes do Norte, em Cap Haytien nos anos 80. Foi dirigente do movimento camponês em Milot, sua cidade natal. Lá foi eleito prefeito, mas foi obrigado a abandonar seu cargo no golpe de estado de 29 de fevereiro de 2004, por sua identificação com Fanmi Lavallas, partido do presidente Aristide, deposto à força. Lutou contra as forças paramilitares de Guy Phillpe e foi perseguido. Participou do governo Preval.
O ato tem o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da deputada federal Érika Kokay (PT/DF), do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep-DF), do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Assistência Social no DF (Sindprev-DF), do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub-DF) e da União dos Estudantes Secundaristas (Umes Gama-DF).
MINUSTAH
A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) foi criada em 1º. de junho de 2004 pelo Conselho de Segurança da ONU quando o então presidente Bertrand Aristide, sequestrado e deposto por forças norteamericanas, foi obrigado a exilar-se na África. Desde então, o Brasil lidera as tropas que hoje contam com 9.292 soldados e policiais de 49 países e que consomem US$ 648 milhões em recursos para a manutenção das tropas de ocupação.
Apesar da presença estrangeira no país, após oito anos de ocupação, o Haiti segue sendo o país mais pobre das Américas, com índice de 70% de desemprego e salário médio de três dólares/dia.
Em 2010, o país foi destruído por um terremoto que matou mais de 300 mil pessoas e deixou um milhão de desabrigados. Essa situação agravou-se ainda mais com a epidemia de cólera, doença trazida ao país pelo batalhão do Nepal, que já matou oito mil e contaminou mais 700 mil haitianos.
Responsável pela repressão ao movimento popular e sindical, a Minustah é ainda acusada de atos de violência e violação de jovens e mulheres por todo o país. A campanha pela retirada das tropas da ONU do Haiti defende a soberania da nação haitiana, pois cabe ao povo do Haiti decidir sobre seu futuro.
Fonte: Imprensa Sindsep-DF