Seminário dos Servidores da Funai debate conjuntura política e reformas estruturais no serviço público

Na tarde desta segunda-feira, 23, servidores da Funai participaram de um seminário organizado pelo Sindsep-DF, quando debateram as resoluções do XVIII Congresso da entidade, organizado com o intuito de fortalecer a unidade dos trabalhadores do setor público para combater distorções salariais e o processo de elitização e fragmentação da categoria.

Entre os principais temas presentes na análise da conjuntura política, realizada pelo diretor jurídico da Condsef, Edison Cardoni, esteve a situação do genocídio contra o povo palestino e a necessidade de fortalecer a reação de solidariedade da classe trabalhadora a partir de sua posição histórica de luta contra a guerra. Ele também apontou a flagrante contradição entre recentes posicionamentos dos Ministros da Defesa e das Relações Exteriores em relação ao do Presidente da República que condena o genocídio. Para ser consequente, destacou, o Brasil precisa romper todas as relações com o estado de Israel.

Cardoni também ressaltou a posição de independência política do movimento sindical frente ao governo Lula, o que se materializa na firme defesa das reivindicações dos servidores, em contraste com as pressões promovidas pelo mercado financeiro e suas exigências de austeridade, às quais o governo tenta se acomodar em vez de romper.

Aline Maciel e Mônica Carneiro, sindicalistas e servidoras da Funai, reforçaram, em suas intervenções, as diferenças observadas entre a visão de Estado implementada pelo MGI ao longo dos processos de negociação salarial, centrada na defesa da tecnocracia e em um processo crescente de elitização; e a posição desenvolvida pelos sindicatos gerais, cujas balizas encontram-se alicerçadas na democratização do acesso ao serviço público aos filhos e filhas da classe trabalhadora, e no combate à formação de castas dentro do Estado. Na visão do Sindsep-DF, destacaram, o Estado deve servir ao interesse coletivo, o que demanda a construção de reformas que rompam com o modelo de estado mínimo proposto pelo capital financeiro, e não reformas de adaptação e subordinação a suas premissas.

Isso significa que a entidade seguirá defendendo o serviço público no orçamento, a manutenção de cargos de nível auxiliar e intermediário, a ampliação das cotas raciais e a implementação de cotas sociais e, em particular, um processo de aproximação sucessiva entre cargos e carreiras que objetive, de fato, a correção das distorções salariais e a valorização de todos os trabalhadores que compõem o Estado.

Como encaminhamentos, os servidores presentes foram convidados a participar das atividades de mobilização convocadas pelo Sindsep-DF, além de assinar e divulgar a Carta Aberta ao Presidente Lula, que sintetiza as reivindicações aprovadas pelos servidores no XVIII Congresso do Sindsep-DF e reivindica a abertura de uma negociação efetiva sobre as reformas estruturais da administração federal. A partir da discussão no Seminário, o Sindsep-DF também se comprometeu a incentivar um processo de discussão específico para debater os temas do financiamento da política indigenista e das relações de trabalho na Funai, com ênfase na situação dos contratos dos trabalhadores indígenas.

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