Nota repúdio

A direção do Sindsep-DF vem registrar seu absoluto
repúdio e indignação pela anulação do julgamento do ex-prefeito de Unaí (MG), Antério
Mânica, acusado de ser um dos mandantes da chacina que vitimou, em 2004, quatro
servidores do Ministério do Trabalho: três fiscais e o motorista – que estavam
em missão oficial, ao mesmo tempo em que manifesta sua solidariedade aos
familiares e amigos dos servidores vítimas do crime.

Em decisão na segunda-feira (19), o Tribunal Regional
Federal, em Brasília, anulou o julgamento de Antério e reduziu a pena de
Norberto Mânica de cem para 65 anos e sete meses de cadeia. Os fazendeiros
haviam sido condenados em 2013 pelo assassinato dos auditores fiscais do
trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson
José da Silva, e do motorista Ailton Pereira de Oliveira, mortos em 28 de
janeiro de 2004, quando investigavam condições análogas à escravidão na zona
rural de Unaí (MG), incluindo as propriedades da família Mânica.

Os irmãos, acusados de serem os mandantes do crime,
recorreram da sentença em liberdade. Nesse período, Antério concorreu às
eleições municipais e chegou a se eleger prefeito de Unaí por dois mandatos
consecutivos. No julgamento em segunda instância, Norberto assumiu, pela
primeira vez, que foi o único mandante do crime. A manobra resultou na redução de
sua pena e na previsão de um novo julgamento para Antério, embora sem data
determinada. Enquanto isso, ambos seguem livres, já que, de acordo com os
desembargadores do TRF, ainda cabe recurso da sentença.

Para o sindicato, o resultado do julgamento é
reflexo do momento político atual, que tem colocado sob suspeita inclusive o
poder Judiciário, o qual, muitas vezes, tem se mostrado tendencioso.  Por esta razão, o Sindsep-DF permanecerá, em
conjunto com as demais entidades sindicais do funcionalismo público, como a CUT
e a Condsef, cobrando justiça pela perda inestimável da vida dos servidores.

Diretoria Executiva do
Sindsep-DF
Brasília, 20 de novembro de
2018