Negociação ou Imposição
No dia 26 de setembro o governo se reuniu com entidades sindicais de diferentes segmentos do funcionalismo. Formalmente, era uma reunião de negociação. Nela, o ministro Paulo Bernardo comunicou que a política do governo é conceder “reajustes diferenciados”. Segundo ele, os servidores que apresentam vencimento básico defasado serão contemplados com reajustes maiores.
A primeira questão é: se o governo está realmente negociando, por que não considerar as propostas dos servidores? Por que não levar em conta mecanismos verdadeiros de “correção das distorções”? Por que não atender a um dos principais itens da pauta de reivindicações da greve dos servidores que é o piso salarial igual ao salário mínimo do DIEESE (que, em agosto de 2005, equivale a R$ 1.471)?
Em segundo lugar, está claro que a política do governo é “dividir para governar”. Ele tenta jogar os diversos segmentos dos servidores uns contra os outros, numa disputa para ver quem tem o salário mais “defasado”. Enquanto isso, ninguém discute os extraordinários lucros dos banqueiros, dos empresários, do latifúndio, das multinacionais.
É para esses setores que está indo o dinheiro, que existe mas que não vem para custear o serviço público. O prejuízo é dos servidores e de toda a população.
Plano de carreira, já!
O objetivo do governo é desviar a atenção da categoria da luta pelos planos de carreira – e, agora, também da extensão a todos dos 15% que virão para o legislativo.
Os servidores do PCC, em especial, vêem no seu plano de carreira a possibilidade de não apenas melhorar o salário mas de também fortalecer os serviços públicos.
O governo tomou posse prometendo atender a essa reivindicação. Três anos se passaram e, até agora, nada. Essa luta foi um dos eixos da greve. Os servidores não desistirão. Ministério por ministério, órgão por órgão do serviço público, a batalha pelos planos de carreira só terminará quando todos estiverem implantados.
Fonte: EG 163