Negociação já! (Manifesto ao Lula)

Sr. Presidente Lula

Estamos a realizar nesta terça-feira, 14 de junho, uma Marcha na Esplanada dos Ministérios para lembrar a V.Exa. os 13 compromissos assumidos com os servidores durante a campanha eleitoral e exigir o seu atendimento, mediante a imediata abertura de negociações.

Há 11 dias que vários setores de trabalho da categoria se encontram em Greve Geral, no aguardo de que o seu Governo se digne a receber os servidores para negociar nossas legítimas e justas reivindicações:

-Plano de Cargos e Salários para todos;
-18% de reposição emergencial das perdas, relativos à inflação apenas durante seu mandato;
-Piso salarial do Dieese;
-Incorporação das gratificações;
-Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas;
-Realização de concursos e reconstrução do serviço público.

O seu Governo tem o poder e as condições para atender essas reivindicações. É inaceitável que, a cada audiência com seus interlocutores, nossas entidades representativas recebam sempre a mesma resposta: não há verbas.

Sr. Presidente, é público e notório que a questão não é falta de dinheiro, mas sim de prioridade, pois é sabido que somente em abril foram gastos R$ 16,3 bilhões com a dívida – uma política que fez o lucro dos bancos crescer em 52% somente no primeiro trimestre.

Mais grave ainda é a utilização, pelos seus Ministros, do Decreto nº1.480, de 1995, do ex-Presidente FHC, de constitucionalidade duvidosa, instituído tão somente para adotar o corte de ponto e cercear os servidores do exercício de seu direito de greve. Afora isso, estão se tornando rotina as infames tentativas de jogar a população contra os servidores… Não podemos aceitar isso!

Nossa luta, Senhor Presidente, é feita com firmeza, determinação e maturidade. Não desistimos dela, ainda mais porque estamos a constatar que seu governo dá continuidade a um modelo que sempre combatemos. Nossa greve, defendendo nossas legítimas reivindicações, objetiva resgatar a dignidade do servidor público e, assim fazendo, também promove os meios indispensáveis de que necessita o Estado brasileiro para basear-se numa conduta ética de servir ao povo, livrando-se da corrupção.

Portanto, Senhor Presidente, compete não apenas a nós servidores o apelo e a pressão em favor do que é necessário e preciso, mas, principalmente a V.Exa, na condição de Chefe de Estado, a responsabilidade de abrir essa negociação e concorrer de forma efetiva para a construção de novos patamares nas relações do Estado com os seus servidores, a partir das reivindicações que estes estão a apresentar, as quais anunciam o início de um processo, a ser estruturado, de correções de rumo na administração da coisa pública, segundo padrões de eficiência e qualidade desejados.

Aguardamos sua resposta.

Comandos locais de greve do Sindsep-DF

Fonte: EG 143

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