Internacional: Trabalhadores do Haiti discutem situação do país

A Central Autônoma dos Trabalhadores do Haiti (CATH) realizou de 23 a 25 de junho o VI congresso do movimento operário do país. Com o tema “A renovação, um movimento sindical independente e um Haiti livre e democrático”, os trabalhadores haitianos discutiram a situação de extrema pobreza que a população enfrenta, criada e imposta pelos governos das grandes potências, com a cumplicidade do governo haitiano.

Em documento da CATH, o secretário-geral da central, Fignolé St. Cyr, explica que nome da chamada “estabilidade e ajuda” à reconstrução do país, após o terremoto de 12 de janeiro de 2010, diversos serviços públicos no Haiti foram privatizados, o que provocou a demissão de dez mil trabalhadores. Atualmente, 70% da força de trabalho do país está desempregada. Além disso, os trabalhadores enfrentam os crimes e delitos da Minustah (estupro, assassinato, obstáculos ao exercício dos direitos sindicais, repressão contra qualquer protesto dos trabalhos em defesa de seus direitos).

Vale lembrar que as tropas da Minustah, compostas por soldados de diversos países e lideradas pelo Exército brasileiro, não são passíveis de julgamento. Ou seja, mesmo que um de seus soldados tenha cometido algum crime no Haiti, ele retornará para o seu país de origem como herói.

O drama dos trabalhadores haitianos aumenta com a epidemia de cólera que já infectou milhares de pessoas no país.

Os trabalhadores haitianos entendem que a missão das tropas da Minustah e das empresas que se instalaram no país é na verdade aumentar a dependência do Haiti e desmantelar a nação para o benefício de multinacionais estrangeiras, especialmente as norte-americanas.

Por isso, a CATH reafirma que o Haiti é um país oprimido pelo sistema capitalista mundial e que a ocupação militar e a dominação de potências estrangeiras são o maior obstáculo para qualquer reconstrução do país.

O Sindsep-DF reforça o coro da população haitiana e exige a retirada das tropas brasileiras do país caribenho, com o imediato restabelecimento da soberania nacional.

Fonte: EG 416

print
Compartilhar: