Governo começa a recuar

Depois de inúmeras ameaças de adiar o reajuste dos servidores previsto para julho de 2009 o governo começa a mudar o discurso. Pressão organizada pelo Sindsep-DF e demais entidades filiadas à Condsef, em conjunto com a CUT, foi fundamental e vai continuar pelo cumprimento dos acordos e atendimento de todas as demais reivindicações.


Em reunião na noite desta quarta-feira (18.03), com entidades do funcionalismo público federal, o ministro Paulo Bernardo anunciou que, por recomendação expressa do Presidente da República, o governo pretende manter todos os acordos firmados com o funcionalismo (o que significa pagar o reajuste dos servidores previsto para julho de 2009). Porém, ele deixou claro que, até lá, ainda existe a possibilidade de “repactuação” dos reajustes em virtude da crise. Segundo Bernardo, em junho, o governo avaliará o desempenho da arrecadação do governo federal para anunciar a necessidade ou não de adiar os reajustes.  


A reunião ocorreu no segundo dia da Marcha a Brasília, que colocou mais de três mil servidores federais na Esplanada. Esta foi a primeira atividade conjunta de 2009 e teve como lemas, entre outros, a defesa da paridade ativo-aposentado-pensionista e “os trabalhadores não vão pagar pela crise”.


No dia anterior, o presidente Lula já havia anunciado que essa era a posição do governo. “Nós temos um acordo e a minha ideia é cumprir este acordo. Eu só não cumprirei o acordo se houver anormalidade. Mas como só vou ter que decidir no mês de junho, por que tenho de ter pressa agora?”, declarou o presidente em coletiva à imprensa durante evento no Rio de Janeiro.


Desde que o governo começou a anunciar que poderia não cumprir os prazos, o Sindsep-DF e demais entidades da Condsef, junto com a CUT, iniciaram uma campanha sistemática de propaganda e mobilização em defesa da categoria. Leia nos jornais Esplanada Geral 305, 309, 311, 312, 315, 317 e em edições do Sindsep-Informa. Na Marcha de 18.03, a faixa do Sindsep-DF afirmava: “Lula, respeite os acordos assinados. Dinheiro para o serviço público e não para baixar impostos dos patrões”


A luta vai continuar para garantir que a parcela de julho seja realmente paga e que as demais reivindicações sejam atendidas. Entre elas está o aumento do vale-refeição e das diárias, além da instalação dos Grupos de Trabalho que vão reestruturar os Planos de Carreira.


Em 30 de março, ocorre nova Manifestação em Brasília, convocada pela CUT, desta vez reunindo trabalhadores do setor público e privado. Novamente sob o lema “os trabalhadores não vão pagar pela crise”, a luta continuará, pela garantia de emprego e salário no setor privado e pelo cumprimento dos acordos assinados pelo governo com os servidores.

Fonte: Imprensa Sindsep-DF

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