Esperança e luta dão o tom da paralisação nacional em defesa da educação e contra a reforma da Previdência
Esperança e luta dão o tom da paralisação nacional em defesa da educação e contra a reforma da Previdência
Pela quarta vez em um período de quatro meses, milhares de estudantes, professores, educadores e trabalhadores de diversas categorias realizaram neste 13 de agosto paralisação nacional e marcha em Brasília. Na pauta, a defesa da educação pública, gratuita e de qualidade social; a luta contra a reforma da Previdência e contra a privatização e os cortes nos investimentos em educação.
Organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), CUT, União Nacional dos Estudantes (UNE) e uma série de outras organizações sindicais e estudantis, o ato deste 13 de agosto, realizado em mais de 200 cidades, refletiu a esperança e a disposição de luta de milhões de brasileiros e brasileiras que querem ver o país feliz de novo.
“Os estudantes têm sido uma força muito grande nesse processo de transformação, assim como o movimento da educação. Esses grandes movimentos que acontecem nesses dias conseguem representar a classe trabalhadora em toda a sua extensão. A unidade é o que nos fortalece”, disse o presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, em entrevista para a Rede Brasil Atual.
De acordo com o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, “este 13 de agosto é apenas uma amostra da nossa disposição de luta”. “Continuaremos nas ruas pressionando o governo a não retirar direitos. Quanto à reforma da Previdência, a luta agora é no Senado. Vamos pressionar os senadores de todo país e dizer que não aceitamos essa medida que mantém privilégio dos privilegiados e acaba com os direitos do povo brasileiro.”
“Ainda dá tempo de mudar”, disse o dirigente da CNTE Gabriel Magno se referindo ao texto da reforma da Previdência que, após aprovado pela Câmara dos Deputados, seguirá para análise do Senado. Segundo ele, “a Educação não se calará”, indicando a realização de novos atos. “Vamos continuar na rua até esse governo entender que Educação é prioridade”, confirmou a secretária da pasta LGBT da UNE, Denise Soares.
De cima do carro de som, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), presidenta do PT, disse: “Estamos apenas no começo!”. “O Brasil está acordando. Todos os setores que lutam por uma bandeira começam a perceber a desgraça do governo Bolsonaro para o Brasil. Na semana passada, veio a Brasília o pessoal da saúde; essa semana temos as mulheres indígenas, as camponesas. Teremos também movimento da cultura do meio ambiente. Isso vai fazer um grande movimento no Brasil. É com o acúmulo de forças que nós vamos conseguir enfrentar esse governo”, dialogou a parlamentar com os manifestantes.
Reforço feminino
Cerca de 10 mil mulheres presentes na 1ª Marcha das Mulheres Indígenas se somaram a estudantes, professores, educadores e outras categorias de trabalhadores neste 13 de agosto, dia de paralisação nacional. A junção das duas marchas foi feita no Museu Nacional e se manteve até o Congresso Nacional, onde foram feitas falas de dezenas de lideranças de ambos os movimentos.
Com a junção das marchas, o público foi majoritariamente feminino. “Hoje é um exemplo de que as mulheres, de novo, saem à frente para derrubar os governos fascistas e de direita”, disse a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Junéia Batista.
Já a vice-presidenta da Central, Carmem Foro, lembrou que as mulheres continuarão como protagonistas nesta quarta-feira (14), quando será realizada a Marcha das Margaridas, com mulheres do campo, da floresta e das águas. “Iremos revolucionar em Brasília nesses dois dias”, afirma.
Por Vanessa Galassi, da CUT Brasília, e Érica Aragão, da CUT Nacional | Foto: Allen Mesa
Fonte: CUT Brasília