“Direção da Ebserh prefere atingir população a resolver impasses com seus empregados”
Empregados da Ebserh destacam em mais uma carta aberta à sociedade as dificuldades de diálogo com atual direção da empresa que levaram a categoria a buscar a greve como último recurso de luta por seus direitos. Confira a seguir a íntegra da carta
Condsef/Fenadsef
Entrando no 6º dia de uma greve já histórica, empregados e empregadas da Ebserh realizam nessa segunda-feira, 26, a partir das 20 horas, mais uma plenária nacional. A atividade será via Zoom com link enviado pelas entidades filiadas e vai debater os rumos da paralisação que já atinge 35 hospitais em 18 estados e o DF.
Confira o quadro de greve dessa segunda, 26:
A categoria divulgou uma carta aberta à sociedade onde aponta contradições da direção da empresa que se nega a negociar com seus empregados preferindo atingir a população num desgastante processo onde ameaça com a retirada de direitos trabalhadores que arriscaram suas vidas e não deixaram de atender a população em nenhum minuto durante a pandemia.
Na carta os empregados destacam que a população “não merece sofrer vendo a maior rede pública de hospitais padecer por conta de uma gestão contraproducente”.
Confira a íntegra do documento:
CARTA ABERTA A TODA SOCIEDADE BRASILEIRA
Na última quarta-feira, 21 de setembro, a força de trabalho da EBSERH, empresa que administra a maior rede de hospitais públicos do país, iniciou a sua MAIOR GREVE DA HISTÓRIA. A paralisação se deve aos acordos coletivos de trabalho que se encontram represados há anos por conta da falta de compromisso da gestão da empresa na resolução dos mesmos. Diversos são os impactos da greve na sociedade e não seria diferente para cada trabalhadora e trabalhador da estatal.
Neste desgastante momento que vivemos, ao invés da empresa procurar a resolução do conflito, parece que ela continua com a mesma tática de sempre: O ENFRENTAMENTO, adotando a mentira em seu discurso e se recusando ao diálogo.
Recentemente, perante o TST, a empresa diz que diversos são os serviços hospitalares que estão sendo prejudicados devido ao enorme número de empregados em greve, porém, em paralelo, ela diz, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, que é “falsa” a informação do número expressivo de profissionais paralisados). Ou seja, para o TST ela diz uma coisa, mas para a sociedade ela diz outra.
A empresa prefere atingir a população que mais precisa de consultas, exames e até cirurgias a ouvir e resolver os impasses que ela mesma criou não atendendo a pauta dos trabalhadores.
Além dessa postura autoritária, a empresa ainda utiliza da mentira enviando e-mails aos trabalhadores afirmando estar disposta ao diálogo, mas quando as representações sindicais solicitam uma reunião com a gestão, comparecendo até mesmo presencialmente, ela responde que “não tem conversa com vocês”.
Diante de todo esse contexto, a força de trabalho de forma geral continua sem o seu merecido reajuste salarial, mesmo não tendo parado suas atividades no momento em que mais a população precisou. Porém os trabalhadores não suportam mais as consequências desse descaso e das pressões vividas nos locais de trabalho. A situação se agrava ainda mais para alguns cargos, a exemplo das áreas administrativas que representam quase 80% da administração dos hospitais e continuam com subsalários.
A sociedade brasileira não merece sofrer vendo a maior rede pública de hospitais padecer por conta de uma gestão contraproducente.
SE A EBSERH NÃO SE MEXER, A GREVE VAI CRESCER!