Dia do servidor, ou melhor, dia dos guerreiros do Brasil
Dia do servidor, ou melhor, dia dos guerreiros do Brasil
Na semana de 28.10, todas as homenagens aos servidores públicos são justas, mas todas serão insuficientes para uma categoria cuja missão transcende aos “simples atendimentos” ao cidadão, seu estereótipo mais lembrado. A categoria possui um código de ética interiorizado em defesa da soberania nacional, do patrimônio público, do povo e do bem-estar social. Mesmo sob a mira constante dos que defendem a política do Estado Mínimo, não se intimida e reivindica não só uma remuneração razoável, mas também melhores condições de trabalho e, sobretudo, um serviço público de qualidade, gratuito e universal.
Numa breve retrospectiva do ano de 2008, pode-se avaliar que mesmo com as várias crises e dificuldades enfrentadas neste ano, impostas pelo governo, os servidores partiram para cima, correram atrás para não ficarem no prejuízo, atendendo às convocações e sempre atentos aos informes sindicais. A categoria lutou até o último momento antes das edições das medidas provisórias, buscou constantemente a negociação. Sempre mobilizados, os servidores deixaram claro o seu recado: chega de pagar o ônus de políticas equivocadas do governo, vamos cobrar sempre melhores condições de vida, pois toda riqueza produzida é fruto do trabalho e não da especulação financeira.
A categoria reagiu durante todo o ano de 2008. Foi para a rua, não deixou espaço. Quando o governo anunciou que não haveriam reajustes, que todas as negociações haviam sido suspensas; quando alegou perda da receita pela não aprovação da CPMF; quando alegou impedimentos legais e afirmou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias não comportaria novos investimentos no Setor Público; quando anunciou prazos e mais prazos sempre adiados para edição de MPs neste ano eleitoral; quando editou as MPs sem atender todos os acordos, durante todo o tempo, dissemos não a todo tipo de subterfúgios e postergações.
O Sindsep-DF abriu o calendário deste ano com o “Grito dos Servidores”, já sinalizando ao governo que estávamos colocando o “bloco na rua” para reagir à sua truculência. A categoria seguiu com vários atos públicos para exigir o cumprimento dos acordos e a edição das MPs, com vigílias e paralisações. Reagiu sempre ao menor sinal de enrolação. E continuará reagindo diante da arrogância de dirigentes do governo. A exemplo do DNIT, em recente greve vitoriosa em todo o Brasil, que conseguiu a reabertura das negociações com o governo, os servidores continuam exigindo o cumprimento total do seu acordo. A esses companheiros e aos dos demais setores, nossas especiais homenagens pela resistência.
E é em meio a esta crise financeira mundial ocasionada pela ganância capitalista (leia editorial do EG 305) que vamos mais uma vez à luta! É inaceitável a proposta do governo de repensar os reajustes ou romper com os acordos já firmados, no momento, mais do que nunca, é preciso revigorar as carreiras e fortalecer os serviços públicos, para enfrentar a crise. É um absurdo o fato do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), relator-geral do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA), discutir diretamente com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, os interesses dos banqueiros no Orçamento de 2009 em detrimento dos interesses do povo.
Além da manutenção do que já foi acordado, exigimos a revogação da Reforma da Previdência e benefícios dignos. E para lembrar ao governo que a fatura da crise financeira mundial não é dos servidores, o Sindsep-DF realiza um ato público no dia do servidor.