Dez mil servidores tomam a Esplanada. Agora é preparar a paralisação nacional, dia 25 de abril
Cerca de dez mil servidores de todo o país participaram na manhã desta quarta-feira (28/03) do Ato Nacional pelo atendimento das reivindicações. Durante a manifestação, os representantes das 31 entidades que compõem o Fórum Nacional, incluíndo a CUT e a Condsef, foram recebidos pelo secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, na quinta rodada de negociações com o governo para cobrar respostas objetivas às demandas da Campanha Salarial Unificada.
Mendonça reafirmou que o governo irá manter a política de correção das distorções salariais entre as carreiras que é incompatível com a proposta das entidades de correção linear, na ordem de 22,08%. E afirmou que o governo está disposto a discutir correções nos benefícios, inclusive o auxílio-alimentação, mas apenas para o final de 2012.
Sobre as alterações no Projeto de Lei (PL) 2203/11, informou que a Seção 24, que trata da insalubridade e periculosidade, não será retirada do PL. No caso dos docentes dos extintos territórios e das escolas militares, o governo reconhece o erro, mas afirma que só poderá corrigi-los em um novo instrumento legal, a ser editado em 2013.
Como data limite para o término das negociações, o secretário, que havia proposto em reuniões anteriores o dia 31 de agosto, recuou e propôs o dia 31 de julho. As entidades foram contrárias e deram um prazo até 30 de abril. Uma nova rodada de negociações ficou agendada para o dia 24 de abril. Já as reuniões setoriais deverão correr ao longo do mês de abril.
Para o dia 25 de abril as entidades convocam os servidores a uma paralisação geral do funcionalismo, como preparação à greve nacional, caso o governo mantenha a postura de enrolação nas negociações com os servidores.
Na avaliação do secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, a marcha foi positiva, pois mostrou ao governo a disposição de luta da categoria. “Os servidores estão cientes de que a alegação do governo de restrição orçamentária é falsa, porque o governo não vem economizando para o pagamento dos banqueiros nacionais e internacionais. Na verdade, em detrimento de um serviço público de qualidade, o governo vem destinando os recursos do país para o pagamento de juros e serviços da dívida pública. E isso os servidores não vão aceitar”, afirmou.
Diversos setores da base do Sindsep-DF compareceram a atividade: ministérios da Agricultura (MAPA), da Educação (MEC), da Fazenda, da Justiça, da Saúde, do Meio Ambiente (MMA) e do Planejamento, Abin, Bacen, Conab, FNDE, Funai, Funasa, HFA, Ibama, além de demitidos do Governo Collor, anistiados e PDVistas. O presidente da CUT nacional, Artur Henrique, também participou do ato e da reunião na SRT. Os servidores prestam solidariedade à greve dos professores do DF.
Fonte: Imprensa Sindsep-DF