Bacen: a unidade não está à venda, a greve continua!
Na sexta-feira, dia 23.09, quase quatro meses depois da entrega da pauta de reivindicações, uma Assembléia com mais de 800 servidores avaliou a primeira proposta recebida do governo.
Após os informes das entidades sindicais (Sindsep-DF, Sinal, Sintbacen), uma livre e rica discussão, com 29 oradores, consolidou a posição do funcionalismo: a proposta do governo foi declarada insuficiente e rejeitada por unanimidade. A greve continua!
Essa decisão, também adotada nas Regionais do BC nos estados, afasta a tentativa do governo de dividir a categoria, como era, claramente, a intenção da proposta rejeitada.
Matreiro, o governo tentou jogar os técnicos contra os analistas, prometendo atender a reivindicações específicas do setor, pendentes desde a campanha salarial de 2004. E também quis separar os comissionados dos demais, acenando com importantes correções no valor de algumas comissões (mas sem vinculá-las ao vencimento básico). Para o conjunto, ínfimas variações no salário base, de modo que toda a proposta não representa mais que 5,5% de impacto médio na folha, conforme o próprio governo.
Para o plano de saúde, a medida lembrada foi continuar a responsabilizar os servidores pela cobertura de eventuais déficits por meio da armadilha da “contribuição paritária”.
Durante a negociação, ficou claro que o desconto dos dias parados poderia ter sido evitado se houvesse disposição da própria direção do Banco. Mas ela, ao contrário, utiliza o desconto como arma contra o movimento. Errou, pois a greve está forte e deve crescer.
Valorização do serviço público
Depois das vitoriosas campanhas de 2003 e 2004, quando conseguiram manter a paridade ativo/aposentado e bloquear a implantação da “gratificação de desempenho”, os servidores do Bacen estão ainda mais organizados e conscientes do seu papel.
A luta pela recomposição salarial é a luta em defesa dos serviços públicos, que os sucessivos governos pretendem sacrificar no altar do “mercado”. O sindicato são os próprios servidores. Sua independência frente a todos os partidos e todos os governos é um patrimônio a ser preservado, contra toda tentativa de destruição, venha de onde vier.
Nesta terça-feira, está prevista uma nova rodada de negociação para a qual a categoria se prepara. No fechamento desta edição, avaliava-se a possibilidade de apresentar antecipadamente uma contraproposta ao governo.
Fonte: EG 162