A crise não é dos trabalhadores

Marcha organizada pela CUT e outras centrais reúne 35 mil manifestantes na Esplanada dos Ministérios

Servidores exigem a revogação da cobrança do imposto sindical




A conta da crise não é dos trabalhadores. Este foi o eixo da 5ª Marcha da Classe Trabalhadora organizada pela CUT, dia 03.12. A manifestação reuniu 35 mil trabalhadores do campo e da cidade, entre eles, os servidores ativos e aposentados do Executivo Federal e anistiados do serviço público.

Munidos com bandeiras, faixas e cartazes em defesa do emprego e da garantia de renda, os manifestantes cobraram do governo medidas que defendam os trabalhadores dos impactos negativos da crise econômica internacional, além de outras reivindicações gerais e específicas de cada setor.

A 5ª Marcha demonstrou que os trabalhadores por meio de suas entidades têm a força para impor suas reivindicações ao governo.
Em frente ao Ministério do Trabalho, a CUT organizou um ato para exigir do governo a revogação da Instrução Normativa nº 1, de 2008, que pretende impor a cobrança do imposto sindical aos servidores.

Além das reivindicações gerais do serviço público, como o aumento do auxílio-alimentação e do valor das diárias, as específicas também se fizeram presentes. É o caso dos funcionários do Ministério do Planejamento, que aproveitaram o dia da Marcha para realizar mais uma paralisação de alerta, pela extensão da GSISTE para todos os servidores do órgão.

Propostas – As centrais sindicais entregaram aos presidentes da Câmara e do Senado um documento unitário contendo 18 propostas para enfrentar a crise, entre elas a valorização permanente do salário mínimo; correção da tabela do Imposto de Renda, com menos imposto sobre os salários; e redução da jornada de trabalho, sem redução de salários.

Entre as reivindicações defendidas pelos trabalhadores estão:

 Fim do superávit primário;

 Revogação da Lei de Responsabilidade Fiscal;

 Estatização de qualquer instituição financeira que apresente estado de falência;

 Interrupção do leilão das reservas petrolíferas e que o pré-sal seja explorado em benefício da Nação;

 Retirada do Projeto de Lei que propõe a implantação das Fundações Estatais de Direito Privado;

 Garantia de cumprimento pleno dos acordos coletivos firmados com os servidores públicos;

 Reforma Agrária: estabelecimento de limite de propriedade da terra; atualização dos índices de produtividade; garantia de instrumentos legais de controle de compra de terras por estrangeiros; combate ao trabalho escravo;

 Revogação do fator previdenciário.

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