Editorial: Reforma política já!

Mais
uma vez, querem jogar nas costas dos trabalhadores a conta da crise econômica. De
um lado, o Executivo cria o Plano Levy, que na prática se traduz em taxas de
juros mais altas, mais impostos e salários achatados. O pacote inclui ainda as Medidas
Provisórias (MPs) 664 e 665/14 que ao dificultar o acesso do trabalhador a uma
série de benefícios previstos na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT geram
mais recursos para o superávit primário. Tudo para atender a pressão do
empresariado e dos banqueiros no afã de obterem mais lucros. De outro, o
Congresso Nacional 
– com a maioria dos parlamentares, tanto da base do governo como da oposição, igualmente rendidos aos empresários e banqueiros – insiste em aprovar
matérias que retiram direitos dos trabalhadores conquistados após anos de luta,
como o Projeto de Lei (PL) 4330/04 (amplia as terceirizações e precariza as
relações de trabalho e salário).

É
fato que os trabalhadores já perceberam a manobra dos parlamentares e do
governo para atender a classe dominante. Mas muitos ainda não se deram conta de
que os ataques aos seus direitos são fruto do sistema político atual que
permite o financiamento empresarial das campanhas políticas. O Congresso não
vai mudar se as regras não mudarem. E é lá que são discutidas e aprovadas as
leis. Além disso, é o financiamento empresarial a principal razão da corrupção
tanto no Legislativo quanto no Executivo. 

Por
isso, o Sindsep-DF une a sua voz à da CUT, dos demais sindicatos e dos
movimentos sociais em defesa da REFORMA POLÍTICA. Sem ela, a distorção na
proporcionalidade de representação popular por estado continuará. Além disso, com
o atual sistema, os parlamentares estão mais preocupados com seus financiadores
de campanha do que com o povo que representa. Nesse sentido, defendemos a
convocação de uma assembleia nacional
constituinte exclusiva para a reforma política. Significa dizer que a
reforma política será discutida e aprovada por constituintes eleitos somente
para esse fim, sem a interferência dos atuais parlamentares que já deram provas
suficientes de que estão no Congresso mais para defender os interesses dos
empresários e banqueiros que dos trabalhadores. A assembleia deverá ser
soberana e independente de outros poderes para que haja uma verdadeira reforma
nas regras eleitorais. Essa luta é de toda a classe trabalhadora!

Direção
do Sindsep-DF

Fonte: EG 463 (fechado em 20/04/2015)

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