Por mais e melhores serviços públicos
A última edição impressa do Esplanada Geral, publicada em janeiro de 2020, tinha como manchete “O Plano é lutar e vencer!”. Estávamos nos referindo à conquista e manutenção dos nossos direitos. Mas a vida nos pregou uma peça. A luta global acabou sendo literalmente pela sobrevivência!
A pandemia da Covid-19 mostrou a incapacidade do capitalismo em defender a vida. O que vimos em todo o mundo é que as políticas de austeridade fiscal, mesmo nos países centrais, fecharam leitos hospitalares e fragilizaram os serviços públicos, e na pandemia não tomaram as medidas de reorganização da economia para fornecer os insumos necessários (máscaras e demais EPIs, respiradores, medicamentos, etc); garantir as medidas sanitárias (distribuição de alimentos, garantia de energia, água, moradia, renda, etc); produzir e distribuir vacina. O limite que não podia ser ultrapassado é o da propriedade privada dos meios de produção e o seu lucro.
No Brasil, ainda tivemos um agravante: Jair Bolsonaro. Estamos falando do que o governo poderia ter feito para frear a disseminação do vírus.
Em vez de promover ações para conter a contaminação pelo novo Coronavírus, medidas para impedir a fome, as demissões e os despejos, Bolsonaro propagou notícias falsas sobre a doença e ironizou as mortes. Em vez de investir na saúde e demais serviços públicos, aproveitou o momento para tentar sucatear ainda mais a máquina pública através das PECs 186 (emergencial) e 32 (reforma administrativa), ambas de efeitos devastadores para o serviço público. Esse pacote de maldades acabou por elevar o número de mortes pela Covid-19 em nosso país, apesar dos esforços dos profissionais da saúde.
A pandemia evidenciou a importância dos serviços públicos. Já a postura de Bolsonaro-Guedes trouxe à tona o descontentamento do povo brasileiro. Foram inúmeros os atos Fora Bolsonaro e mais de 100 pedidos de impeachment. Mas o eco das manifestações foi abafado e os pedidos engavetados pelo Congresso e Judiciário, instituições que fizeram parte do golpe que se iniciou com o impeachment, sem crimes, da presidenta Dilma Rousseff, e a prisão arbitrária e ilegal do ex-presidente Lula, e culminou na eleição de Bolsonaro.
Está claro que Bolsonaro representa a elite do país, cujo projeto é reduzir cada vez mais o acesso dos brasileiros aos serviços públicos. Por essa razão, Bolsonaro-Guedes elegeram os servidores como inimigos. Nas palavras de Guedes, em reunião ministerial realizada em 22 de abril de 2021, a proposta de suspender por dois anos os reajustes salariais de servidores públicos é uma “granada” colocada pelo governo “no bolso do inimigo”. Não à toa, este governo nunca recebeu as entidades representativas dos servidores para negociar.
Mas continuamos em luta: reajuste emergencial já! 19,99% já!
Para fazer frente a este cenário, é de suma importância manter o sindicato independente e autônomo para organizar os servidores e empregados públicos na defesa coletiva por melhores salários e condições de trabalho e para que o Estado possa oferecer mais e melhores serviços públicos ao povo brasileiro.
Direção do Sindsep-DF
Gestão 2018/2022
Fonte: EG 480
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