Fora Bolsonaro, fica a vida!

Fora Bolsonaro, fica a vida!

Após o Brasil ultrapassar a triste marca de 10 mil mortes pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro – em nova demonstração de desprezo pela população brasileira e pelas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde para a adoção do isolamento social como forma de conter a contaminação pelo vírus –, edita novo decreto que amplia os serviços considerados essenciais pela União, ou seja, “aqueles indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população”.
O Decreto 10.344, de 11 de maio de 2020, flexibiliza ainda mais a lista de atividades que podem ser realizadas durante a quarentena, permitindo a abertura de salões de beleza, barbearias e academias de esporte de todas as modalidades. Em decretos anteriores, o governo já havia feito modificações na lista de atividades essenciais na tentativa de forçar uma reabertura do comércio, ignorando as avaliações de especialistas sobre as consequências de um possível relaxamento das medidas restritivas em função da pandemia do novo Coronavírus.
Enquanto os governos estaduais tentam diminuir ao máximo o contágio da doença, em visita ao Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 7 de maio, Bolsonaro voltou a criticar as medidas de restrição adotadas. Acompanhado por ministros e empresários, afirmou “que as restrições podem ser mais prejudiciais ao país que a própria pandemia”, forçando uma comparação inaceitável entre as mortes causadas pela Covid-19 e as perdas econômicas que podem vir a ocorrer em função das restrições ao comércio.
Mas, apesar da preocupação com a recuperação da economia, o governo federal ainda não sabe quando pagará a segunda parcela do Auxílio Emergencial – destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais, mulheres que são chefes de família e desempregados, recurso que é muito importante para que essas pessoas e suas famílias possam cumprir minimamente o isolamento social. Também ainda não deu explicações sobre o atraso na liberação de centenas de pedidos do benefício que há semanas estão em análise.
Além disso, denúncias recentes apontam que quase 190 mil militares da ativa, da reserva, reformados, pensionistas e anistiados foram contemplados com o Auxílio Emergencial, somando R$ 113,8 milhões que poderiam chegar às casas de brasileiros que realmente necessitam deste recurso. O secretário-geral do Sindsep-DF, Oton Pereira Neves, teme que a falta de comprometimento do governo Bolsonaro com o povo leve a um agravamento da crise na saúde. “Estamos envidando nossos esforços em defesa do isolamento social, inclusive para os trabalhadores do setor público”, afirmou. Neste sentido, a diretoria do Sindsep-DF deliberou por lutar pelo fim do governo Bolsonaro, em defesa da democracia e do serviço público gratuito e de qualidade, fundamentais para a manutenção da vida do povo brasileiro.

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