Paulo Bernardo quer greve?
No mesmo dia 17.06 em que servidores de todo o Brasil saíram à Esplanada em Marcha Nacional para lutar pelo cumprimento de acordos, derrubada do PLP 92/07, manutenção de direitos e novas conquistas, o governo ameaça mexer no reajuste do funcionalismo, programado para 1º de julho.
Se o governo ainda não se decidiu, os servidores já. A Plenária da Condsef definiu indicativo de greve geral, unificada, a partir da segunda quinzena de julho, caso seja necessário para exigir o cumprimento dos acordos e o atendimento das reivindicações da campanha salarial.
Também foi decidido editar uma carta à população exigindo que em vez de emprestar dinheiro ao FMI o governo utilize esses US$ 10 bilhões para melhorar os serviços públicos prestados à população trabalhadora. A Plenária ainda aprovou resolução contrária à política do governo de dar isenções fiscais aos patrões em troca de supostas compensações sociais que jamais vieram e nem virão (pois continuam as demissões em massa no setor privado). Afinal, é o próprio Paulo Bernardo quem reconhece que a queda na arrecadação, de cerca de R$ 63 bilhões, é resultado dessa política.
Em contradição, ainda maior, o presidente Lula declarou, em reunião de cúpula ocorrida no dia 16.06, em Genebra (Suíça), durante a 98ª Conferência Internacional do Trabalho que teve, justamente, como tema central a crise mundial do emprego, que os “trabalhadores não podem pagar sozinhos pela crise mundial”. Os trabalhadores não devem pagar pela crise, nem sozinhos e nem (mal) acompanhados pelos empresários e banqueiros! Os que devem pagar pela crise são os que a provocaram, lucrando montanhas com a especulação e o parasitismo.
As reivindicações gerais dos servidores do Executivo têm engrossado cada vez mais, pois o governo não apresenta vontade de atendê-las ou, ao menos, negociá-las. Como se não bastasse, o governo não cumpre suas próprias promessas, ainda não encaminhou ao Legislativo o texto que prometeu que enviaria até o final de maio para aumentar os benefícios e diárias.
Parabéns aos mais de 8 mil servidores que tomaram a Esplanada e participaram da Marcha.
Servidor unido na luta espanta a crise, mantém direitos e obtém conquistas!