As lutas que continuam em 2010
Do início ao fim, 2009 foi um ano de luta: enfrentamento da crise do capitalismo, recusa das terceirizações e das contratações temporárias, campanha pelo aumento do auxílio-alimentação e planos de carreira, retomada de bandeiras gerais, como a data-base, reafirmação da paridade ativo-aposentado-pensionista.
Com total independência, o Sindsep-DF informou e armou a categoria para enfrentar os desafios de uma conjuntura extremamente complexa: qual resposta diante da crise do capitalismo?
Os privatistas do mundo jogaram fora o discurso do “livre mercado”. Arrombaram os cofres dos Estados para salvar banqueiros. Sob influência do G-20 (02.04.09) o governo brasileiro ameaçava suspender a implantação das novas tabelas salariais – que já estavam previstas em lei!
A resposta imediata e firme dos servidores federais, com apoio da CUT, garantiu o cumprimento dos acordos e abriu caminho para novas reivindicações.
O governo, finalmente, decidiu reduzir o superávit primário e manter a implantação das novas tabelas salariais. Mas o MPlanejamento fechou as portas para novos impactos financeiros até 2010. A resposta foi mais luta.
Em todos os locais de trabalho, o panorama continuou um só: lista das reivindicações, assembleias, exigência de negociações, engajamento nos atos públicos.
Os servidores do DF também participaram das lutas gerais dos trabalhadores: defesa de uma MP contra as demissões no setor privado, campanha “o pré-sal é nosso”, marchas promovidas pela CUT e, no fim do ano, contra as instituições do governo do DF (Arruda-P.O.) que patrocinam a violência e a corrupção.
Ao lado do investimento em campanhas de propaganda no rádio e TV, essa intensa mobilização foi preparada pela política da direção do sindicato de abrir a entidade para a base, com o fortalecimento das seções sindicais.
Diante da recusa do MPlanejamento de negociar novas reivindicações, os servidores federais do DF se voltaram diretamente para a Presidência da República. No penúltimo ano do governo Lula, a categoria sentiu que era o momento de exercer toda pressão.
A bandeira de reabertura das negociações estendida pelo Sindsep-DF tomou corpo e voz. A categoria exige bem mais que mero cumprimento dos acordos, como habilmente pretende o governo. A categoria exige abertura geral das negociações e que a Condsef pleiteie do governo Lula o atendimento das reivindicações históricas dos servidores, como data-base, paridade ativo-aposentado, isonomia de benefícios com os demais poderes. Assim poderemos comemorar um saldo de conquistas permanentes.
O ano começa com negociações engajadas. Mas não há garantia de novos reajustes para 2010 – abril é o limite para aprovação no Congresso. Por isso mesmo, a luta continua, sem interrupção!